O Ministério Público se reunirá na próxima quinta-feira com o Presidente do Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense, Fábio Koff, para debater questões relativas à segurança dos torcedores na Arena, estádio recentemente inaugurado pelo clube. A informação foi dada pelo Subprocurador-Geral de Justiça para Assuntos Institucionais, Marcelo Dornelles, nesta quinta-feira, 31.

Também hoje, a Promotoria de Justiça de Habitação e Ordem Urbanística instaurou um inquérito civil visando apurar as condições de segurança para realização da “avalanche”, movimento tradicional da torcida Geral do Grêmio. A medida foi tomada após o incidente desta quarta-feira à noite, que acarretou na queda de torcedores no fosso do estádio, durante a partida contra a LDU, válida pela Copa Libertadores da América.

De acordo com o Subprocurador Institucional, o MP já vinha acompanhando a questão por intermédio da Promotoria de Justiça de Defesa do Consumidor, através de inquérito instaurado para tratar de aspectos como cadastramento de torcedores e câmeras de vigilância, especialmente em função de brigas entre torcidas organizadas. Em relação ao ocorrido na noite de ontem, Marcelo Dornelles ressalta que as imagens demonstram claramente uma fragilidade e ausência de segurança. “Ainda antes da inauguração do estádio isso foi muito discutido. Então, a expectativa de todos é que tivessem sido feitas obras bem mais resistentes”, destaca.

INQUÉRITO

No inquérito instaurado hoje, a Promotoria de Justiça de Habitação e Ordem Urbanística requer que, no prazo de dois dias, Corpo de Bombeiros, Brigada Militar e Secretaria Municipal de Obras e Viação informem sobre a efetiva liberação do estádio para a realização da “avalanche” e ao Grêmio e à Arena para que prestem informações sobre o incidente.

Já em outubro de 2012, preocupados com a segurança dos torcedores, os Promotores de Justiça Norberto Avena e Fábio Sbardellotto, ao tomarem conhecimento de que, antes mesmo da inauguração da Arena, os sócios do Grêmio estavam sendo convocados pela Diretoria para “Teste da Avalanche”, ingressaram com ação cautelar inominada visando à proibição do evento. Na oportunidade, os Membros do MP destacaram que a construção não possuía as autorizações necessárias do Poder Público, obtendo liminar que proibiu a realização do evento. A ação foi julgada procedente pelo Poder Judiciário.