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Avanço do crack é debatido em evento no MP

Avanço do crack é debatido em evento no MP

marco
Promovido pel Centro de Estudos Psicanalíticos de Porto Alegre, o evento contou com o apoio do Ministério Público

Atualmente, não há um consenso nas pesquisas sobre o número de usuários de crack que existem em território gaúcho e no país. A constatação é do vice-diretor do Centro de Pesquisas em Álcool e Drogas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Felix Kessler. Ele foi um dos palestrantes da mesa-redonda “Crack uma pedra no caminho”, realizada no auditório do Ministério Público na manhã do último sábado, 6. Conforme relatos sem confirmação científica, pessoas que experimentaram a droga, no País, podem ultrapassar o número de um milhão, enquanto que no Rio Grande do Sul, seriam cerca de 50 mil. “Até no sertão do Piauí, onde outra droga nunca havia chegado, o crack está presente”, destacou o médico em sua fala.

Promovido pelo Centro de Estudos Psicanalíticos de Porto Alegre, o evento contou com o apoio do Ministério Público. Na abertura dos trabalhos, o subprocurador-geral de Justiça para Assuntos Administrativos, Delmar Pacheco da Luz, conclamou a sociedade para combater o crack. “É uma luta de todos nós”, disse. “Diariamente, batem nas Promotorias pais desesperados pela situação dos filhos causada pelo flagelo do crack”, informou. Para o Subprocurador-Geral de Justiça para Assuntos Administrativos, o Ministério Público tem uma grande preocupação com o avanço da droga, uma vez que é “um Órgão corresponsável pela indução de políticas públicas”.

TRATAMENTO DO DEPENDENTE

O crack surgiu na década de 1980, nos Estados Unidos. Inicialmente, uma pedra custava 25 dólares. Seu nome é uma referência a um estalo que é percebido quando consumida em cachimbo. Conforme Felix Kessler, a droga é pouco estudada. Por isso, há algumas contradições em informações. As mortes imediatas, por exemplo, não ocorrem por problemas de saúde ocasionados pelo uso, mas pela violência envolvendo o seu tráfico. As mortes podem ocorrer por diversas complicações clínicas, como o chamado “pulmão de crack”, que é uma inflamação crônica, com dor intensa no peito, tosse e falta de ar. “Se não houver lesão grave, o cérebro se recupera e o indivíduo levará uma vida normal”, informou o médico.

O tratamento do dependente é lento e deverá ser feito com o uso de várias técnicas. Uma delas é utilizar incentivos. Sempre que há progressos, o dependente receberá um estímulo para passar para uma nova fase. Sem tal técnica, há um abandono muito grande no tratamento.

Também participou da mesa-redonda o psicanalista Ignácio Paim Filho, que destacou a importância da palavra no tratamento dos dependentes. Ele destacou que há um momento certo para um pai falar com o filho sobre drogas e também questionou o que deve ser falado e o seu porquê.

Participaram dos trabalhos a diretora do Departamento de Grupos de Estudo e Relações com a Comunidade do Centro de Estudos Psicanalíticos de Porto Alegre, psicanalista Giovana Borges; e a coordenadora da comissão de organização do evento, psicanalista Alexandra Dal Prá Sibemberg.



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