Evento no MPRS debateu a importância dos livros recuperados na Operação Memória Resgatada
O Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS) realizou, nesta terça-feira, 13 de maio, dia da Abolição da Escravatura, um debate sobre o tema Memória e Igualdade Racial: A atuação do Ministério Público no caso dos livros de registros da escravidão no Rio Grande do Sul – “Operação Memória Resgatada”. O evento aconteceu no Auditório do Palácio do MPRS.
No último dia 25 de abril, o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do MPRS (GAECO) resgatou, em Capão da Canoa, documentos de relevante valor histórico, contendo registros públicos de pessoas escravizadas. Nesse contexto, os Centros de Apoio Operacional de Defesa dos Direitos Humanos e de Proteção aos Vulneráveis (CAODH) e de Defesa do Meio Ambiente (CAOMA) decidiram promover o evento para apresentar a importância da ação realizada pelo GAECO, discutindo a relevância da preservação de documentos históricos para a promoção dos direitos humanos e refletindo sobre a continuidade de iniciativas de resgate, proteção e divulgação da memória afro-brasileira.
Na abertura do encontro, o coordenador do CAODH, Leonardo Menin, destacou a importância de se colocar em pauta a relação entre a preservação e o resgate da memória da população negra e a superação da desigualdade racial. Também falou sobre a intersetorialidade da atuação do MPRS nesse caso, que envolveu as áreas criminal, de direitos humanos e do patrimônio histórico e cultural.
Já a procuradora de Justiça Ana Maria Moreira Marchesan, coordenadora do CAOMA, que prestou auxílio na operação no que diz respeito à legislação que trata de patrimônio histórico e no contato entre os promotores que atuaram na operação e os técnicos do Arquivo Público (que levaram a denúncia ao MPRS), falou sobre a importância da instituição trabalhar engajada com a coletividade.
Os promotores de Justiça Rogério Caldas, do GAECO, e Camile Balzano de Mattos apresentaram detalhes da “Operação Memória Resgatada”, seguidos do professor da UFRGS José Damico, que abordou o tema “O que o livro dos mortos podem nos ensinar”.
Sobre os documentos apreendidos, falaram o historiador do MPRS Gunter Axt, a diretora adjunta do Arquivo Público do RS e membro titular do Comitê Gestor do Sistema de Arquivos do Estado, Maria Cristina Kneipp Fernandes, e o historiador do Arquivo Público do RS Álvaro Antonio Klafke.
Por fim, a relevância histórica e educacional dos documentos foi o tema do último painel, apresentado pelas mestrandas no Programa de Pós-Graduação em História da UFRGS Luana Lima e Bruna Escouto.
Clique aqui para assistir a íntegra do evento.