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Gaeco/MPRS faz operação na Penitenciária de Rio Grande contra grupo que utiliza drones para receber drogas e comandar o tráfico na região

Gaeco/MPRS faz operação na Penitenciária de Rio Grande contra grupo que utiliza drones para receber drogas e comandar o tráfico na região

ceidelwein
Atualizada em 05.12.2022, às 13h15.

O Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS), por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco – Núcleo Região Sul), desencadeou nesta segunda-feira, 5 de dezembro, a Operação Perg, dentro da Penitenciária Estadual de Rio Grande. A ofensiva conduzida pelo coordenador do Gaeco – Núcleo Região Sul, Rogério Meirelles Caldas, e pelo coordenador dos Gaecos, João Afonso Silva Beltrame, com apoio da Brigada Militar, apura a existência de uma associação criminosa sediada em Rio Grande voltada ao cometimento de tráfico de drogas e que leva celulares para dentro da casa prisional. O grupo também está por trás do aumento da violência na região. Ao todo, atuam na operação que vasculha os quatro pavilhões em busca de armas, munições, celulares, dinheiro, drogas, documentos e anotações agentes do Gaeco/MPRS, do 3º e do 5º Batalhões de Polícia de Choque e do 4º e do 6° Batalhões de Polícia Militar.

A investigação começou há três meses e apontou que a associação criminosa utiliza diversas formas, mas, sobretudo, drones para transportar celulares, carregadores e entorpecentes para o interior do presídio. Para os promotores, o chamado “delivery aéreo de drogas e outros materiais ilícitos” facilita o tráfico no interior e fora da Perg e o ordenamento de demais crimes na cidade, que vive uma onda de violência. Conforme dados do Infopen, somente até outubro de 2022 foram registradas 21 ocorrências de drones na Perg, frente a duas em 2021 e nenhuma em 2020.

“O que ingressa na Perg contribui decisivamente para o exponencial aumento da violência no município de Rio Grande neste ano, que já registra mais de 95 mortes violentas, considerando homicídios, feminicídios, latrocínios e lesões corporais seguidas de morte. Quase a totalidade delas está diretamente vinculada a apenados recolhidos, os quais, por meio da introdução clandestina de celulares na prisão, continuam operando direta e indiretamente o tráfico de drogas”, comenta Caldas, citando que estão sendo cumpridos 58 mandados de busca e apreensão.

Beltrame destaca que a entrega aérea de drogas e materiais ilícitos para dentro do sistema prisional exige um altíssimo aporte financeiro, uma vez que os produtos e o custo operacional para a execução de uma única “viagem” pode variar de R$ 10 mil a R$ 100 mil. O substancial valor empregado nessas operações fica comprovado com as apreensões, como aconteceu em outubro de 2022, quando a Polícia Rodoviária Federal (PRF) apreendeu na BR-392 em Rio Grande 2kg de cocaína, 1,86kg de maconha, três celulares, diversos carregadores e fones de ouvido, oito baterias, um controle para drone e um drone. O material foi avaliado em aproximadamente R$ 110 mil.

“Ante o perceptível e significativo aumento do número de casos envolvendo o uso de drones na Perg, foram analisadas as ocorrências e chegamos à conclusão de que há uma autêntica associação criminosa atuando dentro e a partir da penitenciária, que, sem margem para dúvida, possui uma estrutura definida e um alto poder aquisitivo”, finaliza Beltrame.

MATERIAL APREENDIDO NA OPERAÇÃO PERG

Na operação da manhã desta segunda-feira foram apreendidos: 25 celulares, 10 cordas, 25 facas artesanais, 20 carregadores de celulares, R$ 17.145 em dinheiro, 10 fones de ouvido, 1 balança de precisão, 67,8 gramas de cocaína e 100 gramas de crack.


Fotos: Tiago Coutinho | MPRS




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