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Novo Hamburgo: MP denuncia cinco pessoas por homicídio ocorrido na Marcílio Dias

Novo Hamburgo: MP denuncia cinco pessoas por homicídio ocorrido na Marcílio Dias

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A Promotoria de Justiça de Novo Hamburgo apresentou denúncia contra cinco pessoas envolvidas na morte de João Victor Friedrich de Oliveira, ocorrido em 06 de março deste ano na rua Marcílio Dias, bairro Rio Branco. Três pessoas devem responder diretamente por homicídio qualificado pelos motivos torpe, mediante dissimulação, por recurso que dificultou a defesa da vítima e para assegurar a ocultação, impunidade e vantagem de outros crimes. Os cinco foram denunciados por participação em organização criminosa armada com o objetivo de cometer crimes com o fim de obter vantagem financeira e que culminaram no homicídio. Além da divisão de tarefas, os denunciados comunicavam-se através de vários chips de celulares e utilizavam identidades falsas para não serem descobertos pela polícia.

R$ 2,1 MILHÕES E 118 CELULARES APRENDIDOS

Na cena do crime e após cumprimento de mandados de busca, foram apreendidos cerca de R$ 2,1 milhões (em moeda nacional e dólares), vários veículos utilizados para possível fuga, drogas, armas e munições, 118 celulares e chips, além de coldres, porta algemas e vestimentas da Polícia Rodoviária Federal. Também foram encontradas 30 placas de veículos (algumas com identificação da Câmara dos Deputados e do Senado), lacres de placas e documentos falsos.

MORTO POR SOGROS E NAMORADA

Conforme as investigações, o crime foi premeditado. João Victor era sócio de um dos denunciados e namorava a filha dele, de 16 anos. O pai e a mãe da adolescente adquiriram um carro e inseriram nele placas clonadas. Esse mesmo automóvel foi utilizado, no dia 06, para levar o corpo e foi encontrado dois dias depois carbonizado na Estrada do Luizinho, em Portão.

Os denunciados aproveitaram uma briga entre os namorados para matar a vítima. Na madrugada, entre 3h30 e 4h, o sogro e um segundo comparsa dirigiram até a residência onde estava João Victor, a sogra e a namorada, e foram por ele recebidos na garagem. Já dentro do apartamento, os dois homens e a adolescente atiraram contra João Victor, que estava desarmado e foi atingido por tiros enquanto estava de costas. Vizinhos ouviram os disparos e chamaram a Brigada Militar, que prendeu em flagrante a sogra da vítima enquanto preparava a fuga dela e da filha. Ela foi presa dentro de um carro, com malas grandes, enquanto que a jovem estava ainda no apartamento.

Segundo o entendimento do MP, o crime foi cometido para garantir que os denunciados ficassem com o dinheiro que acabou sendo apreendido e como “queima de arquivo”. O sogro da vítima foi o responsável pela articulação do crime e por providenciar as armas e munição, além de retirar o corpo do local e o levar até onde foi enterrado.

OCULTAÇÃO DE CADÁVER E TENTATIVA DE FUGA

Depois de retirar o cadáver do apartamento enrolado em um cobertor, os sogros e um terceiro denunciado conduziram João Victor de elevador até o estacionamento do prédio. Eles adulteraram a cena do crime e tentaram se desfazer das provas e indícios que comprovam a autoria e materialidade do homicídio. O corpo foi mantido dentro do elevador enquanto a sogra cobria uma das câmeras de segurança da garagem. Depois, colocaram a vítima no porta-malas do carro clonado e deixaram o local. A sogra foi a responsável por limpar as manchas de sangue deixadas no chão do estacionamento. Uma quarta envolvida no crime buscou com o sogro da vítima um edredom e um cobertor que foram utilizados para enrolar o corpo e os descartou em um matagal no bairro Primavera, em Novo Hamburgo.

O sogro foi o responsável por remover o cadáver do local do crime e, com o auxílio de um quinto denunciado, ocultou o cadáver, enterrando-o em um mato em São Sebastião do Caí. Foram os dois que atearam fogo no veículo onde o corpo foi transportado.

CARTEIRAS DA OAB FALSAS

A denúncia também descreve o crime de falsificação de documento público, pois o sogro da vítima de homicídio possuía três carteiras da OAB falsificadas, com sua fotografia e nomes de terceiros, bem como o crime de favorecimento pessoal, quando dois dos denunciados tentaram auxiliá-lo na fuga – eles foram presos em flagrante quando praticavam outros crimes –, além do ilícito de corrupção de menor (pelo envolvimento da adolescente na morte do próprio namorado).



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