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MPRS lança glossário de termos usados nos ambientes digitais que podem representar ameaças online

MPRS lança glossário de termos usados nos ambientes digitais que podem representar ameaças online

claeidel

O Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS), por meio do Núcleo de Prevenção à Violência Extrema (NUPVE), lançou nesta sexta-feira, 5 de dezembro, o Glossário Analítico das Subculturas Violentas e Linguagens Digitais , uma ferramenta inédita que reúne expressões, códigos e símbolos utilizados em ambientes virtuais onde circulam discursos de ódio, radicalização e apologia à violência. São em torno de 350 verbetes.

O documento, elaborado pelo procurador de Justiça Fábio Costa Pereira com a colaboração de Michele Prado, Taís Soares Olympio e Ana Paula Nosari Solari, é resultado de dois anos de estudos e tem como objetivo auxiliar famílias, educadores, agentes da segurança pública e operadores do direito na compreensão da linguagem usada por grupos extremistas e comunidades digitais que representam risco à integridade física e emocional de crianças e jovens.

“O glossário é uma resposta concreta à necessidade de compreender um universo dinâmico e muitas vezes invisível, no qual surgem termos que podem sinalizar vulnerabilidades e riscos. É uma ferramenta essencial para prevenir a violência extrema e proteger vidas”, destacou o procurador-geral de Justiça, Alexandre Saltz, ao enfatizar a importância da iniciativa.

A criação do glossário está alinhada às ações do Projeto Sinais, desenvolvido pelo NUPVE, que atua na prevenção à violência extrema e no resgate de jovens em risco, aliciados por grupos que propagam ódio e radicalização na internet.

Organizado em nove categorias temáticas, o glossário apresenta dezenas de verbetes distribuídos por áreas como:

ALG – Algospeak e Linguagem Cifrada: expressões usadas para burlar algoritmos de moderação.

EXT – Terrorismo e Violência Extrema: termos que incentivam ataques e massacres.

MIS – Misoginia, Incel e Manosfera: linguagem associada a comunidades que propagam ódio contra mulheres.

FAN – Fandom e Subculturas Extremistas: termos usados em redes de ódio para incentivo ao terrorismo e apologia à violência.

LULZ – Autoagressão, Estéticas da Dor e Violências: expressões ligadas à humilhação, automutilação e indução ao suicídio.

RAC – Racismo, Antissemitismo e termos correlatos: códigos e slogans usados por grupos supremacistas.


Entre os exemplos presentes no glossário estão termos como:

Aceleracionismo – ideologia que defende o colapso do sistema atual para instaurar uma nova ordem, apropriada por grupos extremistas para justificar ações violentas.

Alt-right – movimento supremacista branco que utiliza memes e fóruns para disseminar ódio.

Lulz – derivado de “LOL”, mas com sentido associado à diversão obtida por meio do sofrimento e caos.

Kill – palavra comum no inglês, mas que em contextos extremistas assume conotação operacional ligada a massacres.

Café Preto – código usado para substituir a sigla “CP” (child pornography) e escapar de filtros automáticos, associado a práticas criminosas graves.

O glossário também inclui expressões como AF/BB, Amog, Blackpilled, Blut und Boden, entre outras, que revelam a complexidade das subculturas digitais e seus impactos na formação de jovens.

Para acessar a íntegra do documento e pesquisar termos específicos, clique aqui.



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