Camaquã: acusado pelo MPRS é condenado por tentar matar ex-companheira com lâmina de barbear
Um homem acusado pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS) foi condenado na quinta-feira, 14 de agosto, pelo Tribunal do Júri, em Camaquã, a 10 anos de prisão em regime fechado, com execução imediata da pena. Ele tentou matar a ex-companheira com uma lâmina de barbear.
Durante a leitura da sentença, foi determinada a expedição de mandado de prisão, já que ele havia respondido ao processo em liberdade. O crime ocorreu em abril de 2012, quando o homem, movido por ciúmes e pela não aceitação do fim do relacionamento, foi até o estabelecimento comercial da ex-namorada e tentou degolá-la.
A vítima sofreu um corte – e precisou levar 13 pontos – na região do pescoço, mas sobreviveu graças ao pronto socorro e ao fato de os ferimentos não atingirem os principais vasos sanguíneos. Como consequência, a mulher ficou com sequelas permanentes, incluindo dor local, dificuldade para engolir e lesão nas cordas vocais. Para cobrir a cicatriz, tatuou uma flor no pescoço.
AGOSTO LILÁS
O Conselho de Sentença reconheceu a qualificadora do motivo fútil, conforme sustentado pelo MPRS. A acusação em plenário foi conduzida pelo promotor de Justiça Fernando Mello Müller, que destacou o simbolismo da decisão no contexto do Agosto Lilás — campanha nacional de enfrentamento à violência contra a mulher: “No Agosto Lilás, que faz alusão à prevenção e ao combate à violência doméstica e familiar contra a mulher, a sociedade de Camaquã marcou sua posição contra a covardia e a crueldade, como ocorreu neste caso. Assim como a vítima tatuou uma flor para cobrir a cicatriz em seu pescoço, que dias melhores possam florescer e prevalecer, de paz e segurança para todas as mulheres.”