Pistoleiro acusado pelo MPRS por matar casal catarinense em Canoas em 2015 é condenado a 48 anos de prisão
Foi condenado a 48 anos de prisão, na terça-feira, 15 de julho, um pistoleiro acusado pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS) por executar com extrema brutalidade o casal catarinense Paulo César Raichaski, 42 anos, e Solange de Lima Vargas, 35 anos, em Canoas, no ano de 2015. O julgamento ocorreu no Tribunal do Júri da comarca de Canoas e durou cerca de seis horas.
O réu — que atuava como matador de aluguel — foi sentenciado por duplo homicídio qualificado, com as qualificadoras de meio cruel e recurso que dificultou a defesa das vítimas. Atuou em plenário o promotor de Justiça Leonardo Giardin, que destacou a gravidade do crime e a resposta firme da sociedade por meio dos jurados: “Fato muito triste, revoltante, que em todos os seus aspectos revela uma dimensão profunda da maldade humana que é até mesmo difícil de conceber e descrever. Uma família destruída: o casal assassinado tinha dois filhos, à época com 3 e 11 anos. O réu que foi julgado na terça-feira cometeu o crime com uma brutalidade aterradora, tomando a frente do grupo criminoso no momento da execução e agindo com extrema frieza juntamente com seus comparsas. Os jurados de Canoas fizeram a justiça dos homens, atendendo todos os pedidos do MPRS, e a pena aplicada pelo juiz presidente foi exemplar.”
MOTIVAÇÃO DO CRIME
Conforme a denúncia do MPRS, em agosto de 2015, o casal, natural de Santa Catarina, foi atraído ao Rio Grande do Sul sob o pretexto de finalizar a venda de um imóvel localizado no município catarinense de Içara. O comprador combinou que seriam entregues R$ 80 mil em São Leopoldo. No entanto, segundo as investigações, ele não possuía o valor para pagar pelo imóvel e contratou criminosos para extorquir as vítimas.
O pistoleiro, que foi condenado na terça-feira, liderou a ação criminosa. O casal foi sequestrado e posteriormente assassinado com requintes de crueldade às margens da Rodovia do Parque, em Canoas. O crime chocou a comunidade pela violência e frieza dos envolvidos. O pistoleiro só foi preso em 2017 no Paraguai, durante uma operação da Polícia Nacional daquele país contra uma quadrilha de contrabando de cigarros. Ele usava documentos falsos e era procurado por outros homicídios no Paraná e Mato Grosso do Sul. Em relação aos outros envolvidos neste crime, dois morreram e três já foram condenados anteriormente.
Fotos: Arquivo Pessoal/Divulgação