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MPRS obtém condenação em primeiro júri do RS com base na nova Lei do Feminicídio

MPRS obtém condenação em primeiro júri do RS com base na nova Lei do Feminicídio

claeidel

O Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS) obteve a primeira condenação em plenário no Estado com base na nova Lei do Feminicídio. O julgamento ocorreu nesta segunda-feira, 7 de julho, em Pelotas, e resultou na condenação de homem à pena de 26 anos e três meses de reclusão, em regime inicialmente fechado, por tentativa de feminicídio qualificado.

O crime ocorreu na madrugada de 29 de outubro de 2024, quando o réu, inconformado com o término do relacionamento com sua ex-companheira, invadiu sua residência e a atacou brutalmente com uma machadinha. A vítima sobreviveu após se fingir de morta e ser socorrida por terceiros.

Conforme o promotor de Justiça Frederico Lang, que atuou em plenário, a denúncia do MPRS destacou a motivação torpe do crime, o descumprimento de medidas protetivas de urgência e a extrema violência empregada, com golpes desferidos de surpresa e com crueldade, dificultando qualquer chance de defesa da vítima. Todas as majorantes foram reconhecidas pelo Tribunal do Júri.

Com a nova lei, o feminicídio passou a ser um crime autônomo, e não mais apenas uma qualificadora do homicídio. A pena foi aumentada, variando de 20 a 40 anos de prisão, superior à do homicídio qualificado (12 a 30 anos). Além disso, aumenta as penas para outros crimes relacionados à violência contra a mulher, como lesão corporal, ameaça e descumprimento de medidas protetivas.

Para Frederico Lang, a comunidade de Pelotas deu o seu recado condenando o réu nos termos da pronúncia, mostrando que não tolera quem atenta contra a vida alheia. “Como promotor do Júri, atuando na defesa da vida, observei no julgamento que o aumento dos limites mínimo e máximo significou uma pena aplicada em concreto ao réu bem maior do que a que seria aplicada antes da nova legislação. Espera-se que a maior punição, a exemplo da aplicada neste caso, seja um dos fatores determinantes para redução dos índices de criminalidade envolvendo crimes contra a mulher, especialmente o feminicídio. Os criminosos precisam voltar a experimentar punições com maior rigor da lei”, destacou.



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