Guaíba: três acusados pelo MPRS são condenados a mais de 20 anos de prisão por matar vítima por engano na frente da família
Três acusados pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS) foram condenados na quinta-feira, 3 de julho, pelo Tribunal do Júri, em Guaíba, a mais de 20 de prisão por matar uma vítima por engano na frente de familiares. Dois mandantes e um executor foram sentenciados, cada um, a 28 anos, 25 anos e oito meses e 24 anos e sete meses de prisão por homicídio triplamente qualificado com cumprimento inicial em regime fechado. Um dos mandantes, uma mulher, e o executor também foram condenados por corrupção de menores.
A acusação em plenário foi feita pelo promotor de Justiça Fernando Sgarbossa. Segundo ele, um jovem de 19 anos estava em uma via pública de Guaíba no dia 24 de março de 2020 levando, no colo, seu filho de um ano para casa. Dois irmãos da vítima também o acompanhavam. Na ocasião, dois executores se aproximaram e atiraram contra o jovem, acertando nove tiros nele. Este segundo executor, que é a quarta pessoa envolvida no fato, aguarda, no sistema prisional, para ser julgado posteriormente. De acordo com a denúncia do MPRS, os atiradores confundiu a vítima com um irmão mais velho dele, que era o alvo dos criminosos.
Fernando Sgarbossa ressaltou que dois adolescentes haviam indicado a vítima para os atiradores como se fosse o irmão, por isso que dois dos réus foram condenados também por corrupção de menores. O alvo era traficante e foi convidado a vender drogas para um dos mandantes. Como ele se negou, o réu, junto com o outro mandante, ordenou que ele fosse assassinado. A vítima morta por engano não tinha envolvimento com o tráfico e tal circunstância foi considerada no agravamento da pena. O filho e os outros dois irmãos do jovem não se feriram no dia da execução.
O homicídio foi triplamente qualificado por motivo torpe devido a desavença relacionada ao tráfico de drogas; recursos que dificultaram a defesa da vítima, por superioridade numérica dos executores, e também pela surpresa, uma vez que o jovem foi abordado enquanto, indefeso e desarmado, carregava o filho no colo. "É muito importante a responsabilização dos réus pelo homicídio, que bem demonstra o desvalor com que tratam a vida dos demais cidadãos. Isso porque executaram a pessoa errada, acreditando ser o indivíduo com quem tinham desavenças pelo tráfico de drogas", destacou o promotor.