Caso Sarah: testemunhas arroladas pelo MPRS depõem na primeira audiência de instrução sobre morte de universitária em Porto Alegre
Prestaram depoimento na segunda-feira, 15 de junho, cinco testemunhas arroladas pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS) sobe o caso que apura os homicídios da estudante universitária Sarah Gonçalves dos Santos, 28 anos, e do comerciante Valdir dos Santos Pereira, 53 anos. Elas foram ouvidas durante a primeira audiência de instrução realizada na 1ª Vara do Júri do Fórum Central de Porto Alegre.
A sessão foi acompanhada pelo promotor de Justiça do Tribunal do Júri da Capital Reginaldo Freitas da Silva. Ainda faltam ser ouvidas mais 10 testemunhas de acusação, as que também foram arroladas pelas defesas e o interrogatório dos réus. A audiência desta segunda-feira faz parte da fase de instrução do processo, etapa em que são colhidas provas orais para subsidiar a decisão judicial sobre a pronúncia dos quatro denunciados pelo MPRS — ou seja, se os quatro irão ou não a júri. Os depoimentos ainda não foram marcados.
"Infelizmente não foi possível o encerramento da instrução processual na segunda-feira, mas é o comprometimento da Justiça pública para que seja designada uma data próxima para que as demais testemunhas sejam ouvidas e os réus interrogados e, ao fim, seja apreciado o pedido de julgamento deles pelo Tribunal do Júri", disse o promotor.
DENÚNCIA
O MPRS denunciou, em 21 de novembro do ano passado, quatro pessoas pelos homicídios qualificados de Sarah, que estudava Arquitetura e Urbanismo na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), e Valdir dos Santos Pereira, ocorridos em Porto Alegre. Conforme a denúncia, os crimes foram cometidos com emprego de meio cruel, recurso que dificultou a defesa das vítimas e por motivo torpe.
O crime ocorreu no dia 23 de janeiro de 2024 na Ilha das Flores, quando a universitária e o comerciante foram atingidos por tiros disparados por homens que passaram pelo local em uma moto. Foram efetuados pelo menos 15 tiros. A investigação apontou que os homicídios estão relacionados a disputas no tráfico de drogas na região. O alvo da emboscada era o dono do mercado, pelo fato de que ele não queria que o tráfico tomasse conta da comunidade onde residia. Já a estudante, estava entrevistando o comerciante para um trabalho de conclusão da faculdade.