Porto Alegre: empresário acusado pelo MPRS por matar companheira com tiro no rosto é condenado a mais de 19 anos de prisão
Um empresário acusado pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS), de 43 anos, foi condenado a 19 anos e seis meses de reclusão pelo Tribunal do Júri na madrugada deste sexta-feira, 16 de maio, pelo feminicídio da sua companheira. O crime ocorreu em maio de 2018, no Bairro Floresta, zona norte de Porto Alegre, e a vítima foi morta com um tiro de pistola no rosto.
A acusação do MPRS foi feita pelos promotores de Justiça Lúcia Helena Callegari e Francisco Lauenstein, que foi designado pelo Núcleo de Apoio ao Júri (NAJ) da instituição. O criminoso foi condenado por homicídio, com a qualificadora da questão de gênero, motivo torpe e por recurso que dificultou a defesa de Débora Cassiane Martins Duarte.
Ela, que tinha 18 anos na época do crime, também era conhecida como Débora Forcolén, sobrenome que adotou de uma senhora que era responsável por ela. O réu não aceitava o fim da relação que mantinha com Débora. A vítima deixou um filho, que, em 2018, tinha apenas um ano. O júri, no Fórum Central de Porto Alegre, se iniciou na manhã de quinta-feira, dia 15.
"A violência contra a mulher é uma violência gratuita, é contra toda a sociedade. A vítima deste caso era uma menina de 18 anos que tinha todo um futuro, que tinha um filho de um ano e que foi morta brutalmente dentro de casa. Ela era vítima de uma violência constante e que não registrava. Então, primeiro, eu digo contra o ditado que em briga de marido e mulher, as pessoas têm sim que meter a colher, as pessoas têm que fazer alguma coisa. Mas, em segundo, eu também digo que a violência contra a mulher não se extingue assim. Temos que mudar paradigmas da sociedade e, para isso, temos que condenar aqueles que fazem esses crimes bárbaros. Hoje eu vi mais uma mãe de luto. A mãe da Débora. E eu disse que este julgamento tem que servir de exemplo para que outras mães não tenham esse mesmo sofrimento. Temos que mostrar que esse tipo de crime não é mais tolerado", disse Lúcia Helena Callegari.
Se você está passando por situação de violência, ou conhece alguém que esteja, disque 100, procure a Delegacia de Polícia ou a Promotoria de Justiça mais próximas.
Foto: Arquivo Pessoal/Divulgação