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Mais três skinheads vão a júri por tentativa de assassinato de judeu na Cidade Baixa

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Às 9h desta quinta-feira, 22, está marcado o júri popular de Israel Andriotti da Silva, Daniel Vieira Sperk e Marcelo Moraes Cecilio pela tentativa de assassinato de um judeu, ocorrida em 08 de maio de 2005, na Cidade Baixa, em Porto Alegre. A sessão ocorrerá na 2ª Vara do Júri do Foro Central de Porto Alegre. Os promotores de Justiça Lúcia Helena de Lima Callegari e Luiz Eduardo de Oliveira Azevedo serão os responsáveis pela acusação. Esta é a segunda etapa do julgamento do mesmo crime. A primeira aconteceu entre os dias 18 e 19 de setembro, quando Laureano Vieira Toscani e Thiago Araújo da Silva foram condenados a 13 anos de prisão em regime inicial fechado, enquanto que Fábio Roberto Sturm deverá cumprir 12 anos e oito meses de prisão.

Israel, Daniel e Marcelo serão julgados por tentativa de homicídio triplamente qualificado: motivo torpe, pois cometida única e exclusivamente por discriminação racial; com uso de recurso que dificultou a defesa da vítima, uma vez que foi surpreendida pelos denunciados; e praticada por meio cruel, pois efetuaram diversos golpes de faca e violentos socos e pontapés no corpo da vítima, inclusive na cabeça, quando já caída ao chão, causando desnecessário sofrimento físico e moral. Conforme a denúncia do MP, eles faziam parte do grupo Carecas do Brasil, facção de skinheads que apregoa preconceitos contra determinados grupos raciais e sociais, como judeus, negros, homossexuais e punks.

AUTORIAS

Outros acusados no processo imputaram a autoria das primeiras facadas a Daniel, conhecido como Socó, que estaria armado de um canivete. O réu teria, inclusive, confessado o crime para os demais e que teria agido por “motivos pessoais”. Testemunhas apontaram que ele saiu abruptamente do bar Pinguim em direção à esquina, quando passou a agredir as vítimas. Israel foi o segundo a esfaquear a vítima. Quando ela tentava escapar, Marcelo a puxou pelas pernas para que continuasse sendo agredido.

DESCLASSIFICAÇÃO

Outras duas vítimas também foram agredidas, mas os crimes foram desclassificados pelo Tribunal de Justiça para lesão corporal e prescreveram.

CISÕES

Inicialmente, foram denunciadas 14 pessoas. Houve cisão no processo: o original constava como réus os três condenados em setembro e uma mulher, que foi inocentada em virtude de uma decisão do STJ, relativa à formação de quadrilha. Essa mesma decisão inocentou outras três mulheres. Um dos réus faleceu durante a tramitação do processo. Seis réus permanecem pronunciados (os três que serão julgados nesta quinta-feira, além de Leandro Comaru Jachetti, Leandro Mauricio Patino Braun e Valmir Dias da Silva Machado Junior, cujo júri ainda não tem data definida).



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