Operação Leite Compen$ado VI: MP ataca fraude em cooperativa do Paraná
O Ministério Público deflagra nesta quarta-feira, 11, com apoio do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), da Receita Estadual e da Brigada Militar, a Operação Leite Compen$ado VI. São cumpridos cinco mandados de prisão e 16 de busca e apreensão. Além disso, a Justiça de Santo Augusto autorizou a apreensão de 24 caminhões utilizados para transportar leite adulterado. Os mandados da Operação Leite Compen$ado VI são cumpridos na cidade paranaense de Londrina e nos municípios gaúchos de Ijuí, Taquaruçu do Sul, Ibirubá, Campina das Missões, Alegria, Boa Vista do Buricá, Crissiumal, São Valério do Sul, São Martinho, Cruz Alta e Coronel Barros.
Já foram presos o responsável pela captação no posto de resfriamento da Confepar, em São Martinho, Fernando Júnior Lebens, o Presidente da Cooagrisul Alcenor Azevedo dos Santos e o transportador de leite Diego André Reichert. Outras duas pessoas estão sendo procuradas: uma no Rio Grande do Sul e outra no Paraná.
Participam da ação os Promotores de Justiça da Especializada Criminal, Mauro Rockenbach, e de Defesa do Consumidor, Alcindo Luz Bastos da Silva Filho; que coordenam a Operação; e, também, o Subprocurador-Geral de Justiça para Assuntos Jurídicos, Ivory Coelho Neto; o Promotor de Justiça de Combate aos Crimes contra a Ordem Tributária, Aureo Gil Braga; e o Promotor de Justiça de Santo Augusto Rodrigo Louzada.
A sexta fase da Operação trata da fraude no leite enviado para a Confepar Agro-Indústria Cooperativa Central, com sede no Paraná. Após mais de seis meses de investigações, ficou comprovado que a Cooperativa adquiria leite fraudado ou em deterioração.
Entre diversos transportadores que entregavam o produto adulterado, foi identificada a participação da Cooagrisul, de Taquaruçu do Sul. De acordo com as investigações, a Cooperativa produz 20 mil litros de leite por dia, mas só tem capacidade para armazenar 12 mil. O Presidente da cooperativa é apontado como comprador de ureia no mesmo período em que entregou leite adulterado no Posto da Confepar.
Outro alvo foi Diego André Reichert, transportador de leite cuja sede da empresa fica em Campina das Missões, que entregou leite cujo transbordo foi feito de forma irregular, sem condições mínimas de higiene, na maioria das vezes em estradas vicinais.
Conforme a Promotoria de Justiça Especializada do Consumidor, 60 laudos de análises realizadas pelo laboratório credenciado junto ao Mapa apontaram adulteração com adição de água ou deterioração do produto. As amostras foram coletadas nos dias 12 de março e 3 de abril deste ano e representam 192 mil litros de leite.