Erechim: estudantes entregam moção de solidariedade ao MP
Estudantes de Erechim protestaram neste domingo, 23, pelas ruas da cidade, contra a PEC 37, que retira o poder de investigação criminal do Ministério Público. Três dias antes, em nome dos estudantes do ensino médio de escolas públicas de Erechim e da Região Alto Uruguai, o Presidente e o Vice-Presidente do Grêmio Estudantil do Colégio Estadual Haidee Tedesco Reali, Luis Felipe Albertoni e Wallace Soares, respectivamente, entregaram Moção de Solidariedade ao MP. O documento foi recebido pelo Promotor de Justiça e coordenador do Núcleo da AMP/RS na região de Erechim (que envolve também os municípios de Getúlio Vargas, São Valentim, Gaurama, Marcelino Ramos, Nonoai, São José do Ouro e Sananduva), Adriano Luís Araújo, que esteve acompanhado dos Promotores de Justiça Carmem Lucia Garcia, João Fábio Munhoz Manzano, Antonio Metzger Képes e Luciano Vaccaro.
No ofício, os alunos prestam solidariedade aos servidores da Instituição, por conta da PEC 37, reconhecendo o empenho e dedicação dos representantes do MP no combate à corrupção em todo o país, observando que este tipo de crime tem levado pelo ralo o dinheiro público que tanto faz falta, também, às instituições de ensino.
Os estudantes também informaram que estão organizando um manifesto contra o Ensino Médio Politécnico, que será realizado em várias cidades gaúchas no dia 12 julho. “Queremos mudar a lei do Politécnico porque da forma como está tem prejudicado a qualidade do nosso ensino”, declararam, sendo ouvidos atentamente pelos representantes do MP.
Adriano Araújo recebeu o documento externando sua emoção pela iniciativa de jovens estudantes, que o fez recordar o movimento que, em 1992, levou para as ruas de todo o Brasil os Caras Pintadas. “Ver o povo nas ruas é a origem da democracia, e esse povo terá de ser ouvido pelos governantes”, observou o Promotor, enfatizando alguns aspectos da PEC 37, que considera lesivos ao erário. “É a PEC da impunidade porque dá exclusividade de investigação criminal ao Poder Executivo, medida que quebra a estrutura republicana e, por isso, se resume num atentado à República”, assinalou.