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Bando que assaltava condomínios é processado

Bando que assaltava condomínios é processado

damiani
O fim dos assaltos a condomínios que aterrorizaram famílias de classe alta na Capital só foi possível com a prisão do bando formado por 11 assaltantes

Eles entravam nos condomínios pela porta da frente. Se disfarçavam de entregadores de mercadorias, flores, carteiros ou se faziam interessados na compra ou aluguel de apartamentos. Com informações privilegiadas, se dirigiam até o apartamento escolhido e efetuavam assaltos geralmente usando de excessiva violência contra as vítimas. O objetivo era sempre o mesmo: roubar jóias e dinheiro. Como conseguiam as informações “ainda é uma incógnita”, diz o promotor de Justiça José Quintana Freitas, da Promotoria de Justiça Criminal de Porto Alegre.

“Sabemos que em alguns casos havia o envolvimento de porteiros que eram subornados pelo bando”, acrescentou Quintana. Entre os meses de setembro do ano passado e março deste ano, os quadrilheiros realizaram oito roubos, média de um por mês, sendo que em alguns casos retornavam ao local dias depois ou atacavam condomínios próximos como se fosse uma ação orquestrada. Além dos 11 integrantes da quadrilha que foram presos e processados, mais quatro acabaram denunciados neste mês pelo Ministério Público.

BOA PINTA

Os membros do bando encontravam facilidade em efetuar os assaltos por estarem sempre bem vestidos. Ainda expressavam-se bem e utilizavam seus próprios veículos ou carros locados. Em um dos assaltos onde está envolvida a esposa e o enteado de um policial, o carro utilizado foi do próprio agente. Segundo o promotor Quintana, dentre os integrantes do bando estavam pessoas de curso superior e estudantes universitários.

BANCOS

O grupo não assaltava apenas condomínios. Agências bancárias também estavam na mira. Um dos ataques foi parar nas páginas dos jornais quando o bando foi flagrado por um fotógrafo ao sair da agência do Santander, localizado na Unisinos, carregando malotes de dinheiro. Em julho de 2001 a Força-Tarefa do Ministério Público conseguiu impedir um assalto na agência do Banco do Brasil da avenida Praia de Belas, em Porto Alegre. Na ocasião foi preso um ex-policial militar, mas o grupo foi solto em seguida porque a Justiça, na época, entendeu que o ataque não foi executado e, portanto, não tinha como provar a intenção do roubo.

Só que agora, durante novas investigações, foi descoberto o envolvimento do mesmo ex-policial nos assaltos aos condomínios. Ele está preso em Osório e deverá ser julgado nos próximos dias. Os demais integrantes do bando foram capturados e condenados por formação de quadrilha e roubo tentado. Todos foram retirados de circulação e se encontram presos "graças ao empenho do Judiciário e da Polícia Civil, junto com o Ministério Público", elogia o promotor Quintana.

TESTEMUNHO

Uma moradora do bairro Rio Branco, que teve jóias e seu carro roubados durante um assalto, não se deu por vencida. Entende que há mais gente envolvida com o grupo que foi barrado. Sabendo que sua vizinha também tinha sido roubada, inclusive duas vezes em menos de um mês, juntou informações e constatou que as características na ação dos ladrões eram as mesmas. “Montei um dossiê e levei à Polícia dando o nome do suspeito, uma pessoa muito próxima de mim e da minha amiga e que conhecia todos os nossos passos”, disse.

A moradora que teve o carro roubado para ser empregado em um assalto a banco conseguiu recuperar o veículo, assim como um relógio que estava em poder de um amigo do suspeito. Ela acredita ter sido ele quem deu todas as dicas aos assaltantes. Inclusive um par de tênis circulava nos pés de um vizinho dele na vila onde mora. “Não tenho dúvida que foi ele, descartei todas as possibilidades de quem poderia ter feito isso e só sobrou ele”, desabafou a moradora que continua residindo no mesmo prédio, "mas minha amiga se mandou, porque ficou assustada”, completou.



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