“Ecologia e paz” foi tema da palestra de Jornalista André Trigueiro no MP
O Jornalista especializado em ecologia André Trigueiro foi um dos destaques do 4° Encontro Educação para a Paz, ocorrido durante este sábado, 22, no Auditório Mondercil Paulo de Moraes, na sede do Ministério Público. Trigueiro, que é Professor de Jornalismo Ambiental da PUC/RJ, Editor do Programa Cidade e Soluções da Globo News, Escritor e Comentarista da Rádio CBN, palestrou sobre os temas “ecologia e paz” e “jornalismo ambiental, espiritualidade e construção da paz”. A mediação foi da Procuradora de Justiça Sílvia Cappelli e da Presidente da Federação Espírita do Rio Grande do Sul, Maria Elisabete da Silva Barbieri.
“Qual a condição básica para a cultura de paz? Democracia plena com respeito às liberdades individuais, o que pressupõe um combate voraz à intolerância e preconceito, que surgem em um ambiente de ódio”, iniciou o Jornalista. André Trigueiro falou também da relação de culto à natureza existente entre as religiões, que entendem o amor à vida como valor universal e, portanto, a preservação do meio ambiente está intrínseca. Ele ainda lembrou da Eco 92, ocorrida no Rio de Janeiro, que cunhou o conceito de desenvolvimento sustentável como o que não é contrário à vida. “A natureza é resiliente; fala-se em uma nova era geológica antropocentrista, quando a espécie líder interfere nos mecanismos que tornam a natureza resiliente”, alertou. André Trigueiro mostrou esperança com a nova encíclica do Papa Francisco, a ser lançada até o final deste ano, e que deverá trazer diretrizes aprovadas pelo Vaticano sobre a relação entre o homem e a natureza que farão diferença junto aos demais países com assento na Organização das Nações Unidas (ONU).
O Jornalista falou sobre os problemas causados pela redução do IPI nos automóveis. “Os prejuízos causados pelos congestionamentos em São Paulo são estimados em R$ 40 bilhões por ano não só com a poluição, mas também com assaltos, alagamentos e problemas para o atendimento de saúde de pessoas presas em engarrafamentos”, ponderou. “Não há paz onde não houver desenvolvimento sustentável; são necessárias novas formas de pensar a economia, a arquitetura, a gestão pública, o planejamento estratégico das empresas, o jornalismo”, enfatizou.
ABERTURA
A abertura do evento ficou a cargo do Procurador de Justiça Roberto Bandeira Pereira, que enfatizou a importância do debate para o crescimento da cultura de paz. Em seguida, houve uma apresentação da Orquestra Jovem do RS e a participação do Mágico Eric Chartiot. Na sequência, o Presidente da Fundação Valdomiro Lorenz, Fernando Lorenz de Azevedo, fez uma homenagem ao Desembargador Marco Antônio Scapini, falecido na última sexta-feira, 21. Além disso, ele transmitiu uma mensagem de otimismo aos participantes. Houve, ainda, a exibição de um documentário sobre o judeu Nicolas Wilton, que salvou centenas de crianças do Holocausto.
PAZ E PROTEÇÃO AMBIENTAL
No painel “Ecologia + Espiritualidade + Cidadania = Paz”, a Promotora de Justiça de Defesa do Meio Ambiente de Porto Alegre Annelise Steigleder ressaltou que “não há paz onde existe degradação ambiental”. Segundo ela, na medida em que se diminui a deterioração do meio ambiente, aumentam-se as condições para que as pessoas se organizem em grupos para romper com a tragédia cotidiana. “O MP tem trabalhado políticas públicas para a consolidação dos valores para a cultura da paz, já que existe uma correlação entre a degradação ambiental e a falta de paz”, afirmou.
Também participaram do painel a Pedagoga Marta Neves e a Educadora Espiritual Marcia Medeiros, Coordenadora da Brahma Kumaris em Porto Alegre.
Marta Neves frisou que “precisamos nos desacomodar; esse é um convite a reflexões para que estejamos realmente presentes na nossa vida, diminuamos os filtros para perceber diferentas e enxergar oportunidades”. Por sua vez, Marcia Medeiros lembrou da importância da reforma interior. “Não há como acreditar em uma mudança da sociedade se não há uma mudança interna; a paz é um princípio básico, assim como é o silêncio individual”, disse.