Ex-Presidente da República inaugura biblioteca de autores gaúchos no Palácio do MP

Com palestra do ex-Presidente da República e ex-Presidente do Senado, Senador José Sarney, foi inaugurada a Biblioteca Simões Lopes Neto, que fica no térreo do Palácio do MP e receberá livros de autores gaúchos. A biblioteca foi concebida a partir de um termo de cooperação assinado pelo Ministério Público com a Academia Riograndense de Letras (ARL). A estrutura já possui cerca de 80 itens no acervo e recebe doações da comunidade. A catalogação ficará a cargo da Instituição. Durante a solenidade de abertura do evento, o Procurador-Geral de Justiça, José Barrôco de Vasconcellos, enfatizou a satisfação do MP em fazer parte de um momento tão importante para a cultura do Rio Grande do Sul e que enleva “a corrente gaúcha que trazemos todos nós”.

O Vice-Presidente da ARL, Promotor de Justiça aposentado Avelino Collet, agradeceu ao MP pela parceria. “Em 111 anos de existência da Academia, esta é a primeira vez em que é formulada uma biblioteca, e justamente prestando a homenagem a Simões Lopes Neto, fundador da Instituição e que completou o centenário do lançamento de sua primeira obra no ano passado”, lembrou. A prima de segundo grau do autor, Ilda Simões Lopes, também participou da cerimônia. “Ele tinha um amor muito especial pelo Rio Grande do Sul, foi historiador e antropólogo; esse momento, para ele, que amava os livros, seria muito importante”, frisou.

SARNEY

Antes de iniciar a palestra do ex-Presidente, o jurista Paulo Brossard teceu alguns comentários sobre a obra literária de José Sarney. “O livro O Dono Do Mar teve 17 edições no Brasil e 12 no exterior, e na edição francesa, foi feita uma comparação com a obra de Guimarães Rosa - enquanto um explora a alma do mar, o outro retrata a do sertão”, disse o Ministro da Justiça durante o governo de Sarney e Ministro do STF no primeiro mandato após a Constituição de 1988.

José Sarney é membro da Academia Brasileira de Letras, da Academia Maranhense de Letras e da Academia Brasiliense de Letras, onde ocupa a cadeira de Simões Lopes Neto. É autor de mais de 20 obras literárias, entre contos, crônicas, poesias e romances. Entre os mais importantes, destacam-se “Marimbondos de fogo”, “Brejal dos Guajas”, “O Dono do Mar” e “Tempo de Pacotilha”.

Na sua palestra, o Senador elogiou a iniciativa do MP em se aliar à ARL para auxiliar na divulgação da literatura gaúcha. “O regionalismo no Rio Grande do Sul tem uma raiz popular marcada pela civilização local e identidade telúrica (...), é uma terra que fez da fronteira um verdadeiro movimento de patriotismo”, disse José Sarney. Sobre Simões Lopes Neto, o ex-Presidente da República reiterou seu gosto pessoal e a importância do autor na literatura mundial. “Simões foi quem mais guardou a alma da terra em formação, a coragem e o heroísmo das cruzadas sangrentas; não era um nativista, mas um missioneiro de causas naturais e captou o sentimento da terra e do homem solitário”, enfatizou.

PRESENÇAS

A fita que demarca o início das atividades da biblioteca foi descerrada por José Sarney, o Presidente da Academia Riograndense de Letras, Sérgio Borja e o Procurador-Geral de Justiça, José Barrôco de Vasconcellos.

Participaram das atividades, também, a Diretora do Instituto Estadual do Livro, Laís Chaffe, o Defensor Público-Geral, Nilton Arneche Maria, o Prefeito de Porto Alegre em exercício, Sebastião Melo, o Procurador de Justiça aposentado Ibsen Pinheiro, o Cônsul Geral da Alemanha no Brasil, Hans-Josef Over, a Chefe de Gabinete e Secretária-Geral do Ministério Público, Isabel Guarise Barrios Bidigaray, a Procuradora-Geral do Estado Adjunta Para Assuntos Administrativos, Roselaine Rockenbach, a representante da OAB RS, Helena Conti de Raya Ibañez, o representante do TCE, Evandro Homercher, o ex-Procurador-Geral de Justiça, Mauro Henrique Renner, a representante da Reitoria da Ufrgs, Jane Fraga Tutikian, a representante da Reitoria da Puc, Regina Kohlrausch, a representante da Polícia Civil, Bernadete Machado, a integrante da Associação Sul-Brasileira de Letras, Procurador de Justiça José Túlio Barbosa, os Promotores de Justiça Michael Flack, Angela Dal Pos e Dinamárcia de Oliveira, o representante do Instituto Histórico e Geográfico do Estado, Miguel Frederico Do Espírito Santo, Vereadores, membros do MP, escritores e integrantes da comunidade literária gaúcha.