Foi aberta nesta segunda-feira, 15, a exposição “O Mito de Narciso – Pinturas”, do projeto Artinclusão, no Memorial do Ministério Público. São autorretratos de 16 adolescentes em total privação de liberdade internados na Fundação de Atendimento Socioeducativo (Fase), que podem ser adquiridas pelos visitantes. Os valores serão integralmente destinados aos jovens e suas famílias.

O Subprocurador-Geral de Justiça para Assuntos Jurídicos, Ivory Coelho Neto, e a Coordenadora do Memorial do MP, Velocy Melo Pivatto, participaram da vernissage, que contou com a apresentação de uma esquete teatral de estudantes da Escola Estadual Padre Réus. A exposição fica até o dia 30 de setembro, no Espaço Cultural. Esta é a quinta edição do projeto.

Depois, no auditório do Palácio do MP, ocorreu o diálogo: "Auto-retrato: arte e ética no cárcere", com o Coordenador do projeto Artinclusão, Aloízio Pedersen, a pesquisadora em Ciências Criminais da PUC, Renata Guadagnin, o Psiquiatra Judiciário, Montserrat Martins, e a integrante da Comissão de Direitos Humanos da Câmara de Vereadores de Porto Alegre, Fernanda Bassani.

No discurso de boas-vindas, a Promotora de Justiça Velocy Melo Pivatto frisou a importância do trabalho, desenvolvido desde março de 2013 no Centro de Atendimento Socioeducativo POA II. “O indivíduo não é estanque, somos um complexo de circunstâncias, com nossas vitórias, derrotas, ganhos e perdas; a arte é um caminho extremamente positivo para a reconstrução da imagem que esses jovens têm de si mesmos”, disse.

Para Aloízio Pedersen, estes novos artistas acrescentam cor e emoção em “O mito de Narciso" e juntam suas vozes por novos paradigmas para o cárcere. “Estar dentro ou fora das grades é uma questão circunstancial. Uma sociedade sadia se preocupa com seus apenados e procura soluções para diminuir a reincidência infracional”, disse. “As oficinas trabalham a autoimagem e a autoestima desses jovens”, frisou.

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