Em mais uma etapa na construção de um projeto para ampliar o controle sobre a emissão de gases poluidores por parte dos veículos no Rio Grande do Sul, o Ministério Público buscou o apoio dos transportadores de cargas do Estado. Nesta segunda-feira, 1º, o promotor de Justiça de Defesa do Meio Ambiente de Porto Alegre, Alexandre Saltz, esteve reunido com o gerente executivo do Sindicato dos Transportadores de Cargas do Rio Grande do Sul (Setcergs), Gilberto Rodrigues. O Promotor instaurou inquérito para apurar o descumprimento, por parte dos órgãos responsáveis, da Lei 8723/1993, que objetiva a redução dos níveis de emissão de compostos poluentes pelos veículos.

O objetivo do MP é buscar a adesão desse segmento ao projeto que visa criar um selo, que atestará a regularidade de veículos que efetuam o automonitoramento. Relatórios deverão ser passados periodicamente aos órgãos de fiscalização ambiental e de trânsito. Conforme Saltz, com isso, esses órgãos poderão concentrar os esforços sobre veículos que não são submetidos a esses procedimentos. O Promotor esclareceu a relevância do apoio do segmento à iniciativa: “Na mais recente operação Ar Puro, que foi realizada pela EPTC na zona sul da cidade, foram fiscalizados 15 veículos de carga. Quatorze apresentaram problemas”.

Gilberto Rodrigues manifestou o apoio do Sindicato à iniciativa. “Também é interesse do empresário manter a regularidade da frota, tanto pelo cuidado com o meio ambiente quanto pelo fato de que um veículo desregulado gera prejuízos financeiros”, disse.

Com a adesão da Setcergs, os resultados do inquérito devem ser ampliados para todo o Estado. Na área de atuação da entidade há aproximadamente seis mil empresas do segmento. Trezentas são filiadas ao sindicato. “O que deve prevalecer é o interesse coletivo. Isso é importante para todos, pelo ganho ambiental”. O tema já foi discutido com empresas de transporte coletivo de passageiros, que também já se manifestaram favoráveis à iniciativa.