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Operação Forca prende integrantes de quadrilha que explorava jogos de azar

grecelle

Seis pessoas foram presas (quatro preventivamente e duas em flagrante) nesta sexta-feira, 1º, durante a Operação Forca, desencadeada pelo Ministério Público e Brigada Militar em São Leopoldo e Rio Pardo. Com os criminosos foram recolhidos R$ 220 mil, quatro automóveis, três caminhonetas (uma delas blindada), máquinas caça-níqueis, ceduleiras, celulares, três armas longas, três revólveres, uma pistola, munição de uso restrito das Forças Armadas, um colete à prova de balas e equipamentos de informática e mais de 2.500 munições. A ação, primeira realizada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), instituído recentemente pelo MP, faz parte de uma investigação desencadeada pelo promotor de Justiça Criminal Eduardo Coral Viegas há dois meses para desvendar a atuação de uma quadrilha especializada na exploração de máquinas caça-níqueis e jogo do bicho. Foram cumpridos mandados de prisão e de busca e apreensão. O efetivo da ação contou com 38 policiais militares e 14 viaturas da corporação. Em Rio Pardo, os trabalhos tiveram o apoio do delegado de Polícia Anderson Ferreira Faturi.

No final de janeiro deste ano, familiares do proprietário de um bar no bairro Padre Réus, em São Leopoldo, procuraram o Ministério Público e a Brigada Militar para relatar que nos primeiros dias de 2011 ele se suicidou por enforcamento, após sofrer reiteradas ameaças dos integrantes da quadrilha. Os criminosos exigiam que a vítima disponibilizasse o seu estabelecimento comercial para que ali caça-níqueis fossem instaladas, uma vez que o ponto era considerado rentável. “O Ministério Público sempre afirmou que o jogo de azar não é uma mera contravenção penal. Isso prova que, por trás dessa prática, existem crimes muito mais graves, como extorsão e até mesmo mortes”, destaca Eduardo Coral Viegas, que no final da manhã concedeu coletiva aos jornalistas na sede da Promotoria de Justiça local, juntamente com o major Paulo Nascimento, do 25º Batalhão da BM.

A partir da quebra do sigilo telefônico dos envolvidos e gravações em vídeo feitas com autorização judicial, foi possível apurar que, mesmo após a morte do comerciante, os criminosos continuaram pressionando seus familiares para instalar máquinas no local. O homem apontado como chefe da quadrilha, de 72 anos, foi preso nesta manhã em Rio Pardo. Somente em sua fazenda, os policiais recolheram mais de R$ 100 mil. No local, a médica veterinária que prestava serviços para ele também foi detida por porte ilegal de arma. Em São Leopoldo, foram presos os dois sobrinhos do mentor do bando, a sua esposa (por porte de munição de uso restrito) e um fabricante de máquinas na região.

No momento em que a coletiva era realizada na sede do MP, um depósito de caça-níques utilizado pelo bando foi descoberto no bairro Santo André. No local, estavam dezenas de máquinas desmontadas. Além disso, foi encontrado um quadro com as chaves de 98 locais em pelo menos nove municípios nos quais estão distribuídos equipamentos de jogo de azar comandados pela quadrilha.

“A nossa avaliação é de que a operação foi extremamente exitosa, pois prendemos os líderes desse grupo e apreendemos valores muito maiores do que esperávamos alcançar”, ressalta Eduardo Viegas. “Esse ramo informal envolve muito dinheiro, sem pagamento de impostos. Se for necessário, esses criminosos vão extorquir e até matar. São eles os responsáveis pela morte do comerciante de São Leopoldo”, frisa. Ele salienta, ainda, que a participação dos promotores de Justiça Sérgio Luiz Rodrigues e Leonardo Guarise Barrios durante as investigações foi fundamental para o sucesso do trabalho.



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