O ano de 2024 ficou marcado na vida dos gaúchos. Vivemos uma das piores tragédias climáticas de nosso Estado e também do Brasil. A inundação que arrasou cidades desafiou a todos. Durante este episódio tão difícil, o Ministério Público do Rio Grande do Sul mostrou seu valor e importância. Foram dias longos, dias difíceis. E neste período complicado, a nossa instituição esteve junto da sociedade. Cumpriu o seu papel e teve de se reinventar. Atuar em um cenário inóspito e que exigia, mais do que nunca, fazer valer o direito de todos.
O Ministério Público gaúcho mobilizou membros e servidores, articulou para que unidades do MP brasileiro destinassem recursos para o Estado e iniciou sua atuação nos mais diferentes eixos. No dia 6 de maio, a sede institucional, em Porto Alegre, foi alcançada pelas águas do Guaíba. O prédio precisou ser evacuado e ficou ilhado por cerca de 20 dias. Logo em seguida, todo o sistema operacional da instituição ficou inacessível.
Com seu prédio principal alagado, o MPRS organizou um gabinete de crise na sede das Promotorias da Santana, também em Porto Alegre. Outras regiões atingidas pelo fenômeno climático, principalmente Vale do Taquari, Região Central, Serra e Zona Sul, também tiveram forte atuação da instituição. Em todo o Estado, as sedes do Ministério Público foram transformadas em centrais de doações que recebiam mantimentos dos mais diferentes pontos do país. A visita às dezenas de abrigos organizados para receber quem perdeu suas casas foi uma tarefa capitaneada pelo MPRS, em uma atuação definitiva para garantir condições adequadas para quem estava no local. O combate às notícias falsas, as chamadas fake news, foi um dos principais desafios do MPRS no período crítico. Ao menos 160 chaves pix que se utilizavam da tragédia para desviar doações foram bloqueadas e 18 perfis falsos que pediam doações – muitos simulando serem de órgãos do Estado – foram derrubados.
Dentro do escopo de auxílio na tragédia, o MPRS desenvolveu, em parceria com empresas de tecnologia, quatro aplicativos para agilizar processos necessários. Entre eles, apps que mapeavam as necessidades de cada abrigo, o que facilitava o direcionamento das doações, e o que fazia a gestão dos animais recolhidos nas cheias e que eram enviados para espaços específicos. Atuamos na defesa do consumidor. Foram mais de 1 mil reclamações de preços abusivos recebidas, que resultaram em 600 estabelecimentos fiscalizados e 70 autuações.
Além disso, combatemos a venda de produtos que ficaram submersos pela enchente. Celebramos acordos com empresas concessionárias de energia para suspensão da cobrança das faturas nas áreas atingidas.
Foram tantos desafios, tantas ações que fica impossível elencar aqui. Este relatório anual que se apresenta é um retrato de tudo que vivenciamos em 2024. Foi um ano e tanto. Um ano de perdas, um ano desafiador. Mas, certamente, um ano de aprendizado e que foi marcado pelo protagonismo do MPRS em um dos momentos mais difíceis de nosso Estado. E será por isso que seremos lembrados.
Boa leitura!
Tenham uma boa leitura!
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